Há poetas que dizem a vida, e isto não é bom porque a vida não é algo que possa ser dito sem uma teoria sempre contra a vida mesma; há poetas que completam a vida e isto não é bom porque a vida é sempre plena e o que o poeta faz então é cantar o vazio; há poetas que criam outra vida e isto não é bom porque tudo está sempre na vida e criar outra vida é fugir da vida. Há poetas que enfrentam a vida e isto normalmente é o grande encontro. Patricia Laura Figueiredo está nesse grupo de poetas que enfrentam a vida para encontrá-la em toda sua força e plenitude. Esse arco potente que enfrenta a vida é de suprema sabedoria. Por isto seu poema é tão forte. Ele vem como plenitude da palavra criada na luta com a vida, pela vida. Só nos cabe degustar essa bebida forte.

Alberto Lins Caldas